segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Ele me trocou por outra... Autoestima

Quando o problema é relacionamento, geralmente as mulheres, antes de procurar terapia, passam por diferentes estágios de aconselhamentos com amigas e com diversos gurus da auto-ajuda que, no auge de seu pensamento otimista, tentam fazê-las acreditar que o homem que perderam era um tranqueira e mereciam alguém melhor! Que que precisam descobrir a mulher poderosa que habita em seu ser e que era sufocada por aquele macho egoísta e ingrato que a abandonou . É a tática de desdenhar do ex-companheiro.

Certamente as amigas são afetadas em suas opiniões. Falarão como se fossem advogadas de defesa da amiga que perdeu seu par e como se elas próprias tivessem passando por isso. Dependendo de suas inseguranças fornecerão conselhos frágeis e contaminados pelas próprias vivências. Serão, porém, conselhos bastante atrativos porque elevam a autoestima.


O próximo estágio é denegrir a concorrente (e vencedora), principalmente no quesito corpo: dirão que a outra tem celulite, é gorda, etc. Esse é o momento da raiva (que Aristóteles definia raiva como sendo uma tristeza acompanhada do desejo de vingança). Estabelece-se a fantasia de que ele vai se dar mal com a outra e que ele errou ao trocá-la.


A auto estima é, apenas, um dos fatores que podem estar envolvidos na dor da troca. Basicamente, trata-se da conclusão de que não é boa suficiente para aquele homem e, pior, há alguém que é. Isso dói duplamente!



Três histórias...


  • Juliana, mulher de meia idade, foi trocada porque seu ex-marido preferiu uma mulher mais jovem, com contornos mais definidos e excitantes;

  • Antonia perdeu a companhia do marido porque ele deixou de admirar sua postura de esposa caseira que cuida da família e dos afazeres domésticos. Encontrou uma colega no trabalho que passou a julgar mais produtiva e gostou da idéia;

  • Claudia, uma bonita balzaquiana, foi trocada por uma mulher sexualmente mais liberal. Seu namorado, aparentemente prefere prazeres sexuais mais intensos a uma companhia mais carinhosa e menos física.

  • Mulheres como Juliana, Antonia e Claudia foram trocadas por outras porque não atendiam mais às expectativas dos respectivos cônjuges. Mas, isso não as torna mulheres sem valor. Haverá quem saiba valorizá-las.

Essas mulheres desenvolveram maturidade para continuarem estimando a si mesmas. 

Juliana entendeu que envelhecer faz parte saudável da vida e se Sérgio não estava pronto para isso, foi realmente melhor para ela que acabasse ali. 


Antônia chegou a se sentir-se mínima por achar que a moça que tomou seu lugar seria mais mulher, mais inteligente e produtiva mas, entendeu que trata-se de uma questão de foco: para ela, ser mulher é ser cuidadora de casa, marido e filhos.


Claudia até reconheceu que seu comportamento sexual inibido não era positivo nem mesmo a ela, mas concluiu que isso não deve ser um fator predominante num relacionamento, a ponto de finalizá-lo.


O desafio para essas mulheres foi descobrir que eles não as queriam mais porém, elas não eram descartáveis. Muito pelo contrário!


OBS: ESTE ARTIGO FOI PUBLICADO EM 2012 NO MEU OUTRO BLOG S.O.S. MENTE HUMANA.
AQUI FOI REVISADO