Certamente as amigas são afetadas em suas opiniões. Falarão como se fossem advogadas de defesa da amiga que perdeu seu par e como se elas próprias tivessem passando por isso. Dependendo de suas inseguranças fornecerão conselhos frágeis e contaminados pelas próprias vivências. Serão, porém, conselhos bastante atrativos porque elevam a autoestima.
O próximo estágio é denegrir a concorrente (e vencedora), principalmente no quesito corpo: dirão que a outra tem celulite, é gorda, etc. Esse é o momento da raiva (que Aristóteles definia raiva como sendo uma tristeza acompanhada do desejo de vingança). Estabelece-se a fantasia de que ele vai se dar mal com a outra e que ele errou ao trocá-la.
A auto estima é, apenas, um dos fatores que podem estar envolvidos na dor da troca. Basicamente, trata-se da conclusão de que não é boa suficiente para aquele homem e, pior, há alguém que é. Isso dói duplamente!
Três histórias...
- Juliana, mulher de meia idade, foi trocada porque seu ex-marido preferiu uma mulher mais jovem, com contornos mais definidos e excitantes;
- Antonia perdeu a companhia do marido porque ele deixou de admirar sua postura de esposa caseira que cuida da família e dos afazeres domésticos. Encontrou uma colega no trabalho que passou a julgar mais produtiva e gostou da idéia;
- Claudia, uma bonita balzaquiana, foi trocada por uma mulher sexualmente mais liberal. Seu namorado, aparentemente prefere prazeres sexuais mais intensos a uma companhia mais carinhosa e menos física.
- Mulheres como Juliana, Antonia e Claudia foram trocadas por outras porque não atendiam mais às expectativas dos respectivos cônjuges. Mas, isso não as torna mulheres sem valor. Haverá quem saiba valorizá-las.
Essas mulheres desenvolveram maturidade para continuarem estimando a si mesmas.
Juliana entendeu que envelhecer faz parte saudável da vida e se Sérgio não estava pronto para isso, foi realmente melhor para ela que acabasse ali.
Antônia chegou a se sentir-se mínima por achar que a moça que tomou seu lugar seria mais mulher, mais inteligente e produtiva mas, entendeu que trata-se de uma questão de foco: para ela, ser mulher é ser cuidadora de casa, marido e filhos.
Claudia até reconheceu que seu comportamento sexual inibido não era positivo nem mesmo a ela, mas concluiu que isso não deve ser um fator predominante num relacionamento, a ponto de finalizá-lo.
O desafio para essas mulheres foi descobrir que eles não as queriam mais porém, elas não eram descartáveis. Muito pelo contrário!
OBS: ESTE ARTIGO FOI PUBLICADO EM 2012 NO MEU OUTRO BLOG S.O.S. MENTE HUMANA.
AQUI FOI REVISADO